Ilustrações para coluna "Viagem ao país do futuro", da jornalista portuguesa Isabel Lucas no Suplemento Pernambuco. 
"Quando Clarice escreve, como nordestina, brasileira, está a escrever o quê, que Nordeste, que Brasil? Ou, de outra forma: que Brasil se pode ver na literatura de Clarice Lispector? “Ela não tem uma militância explícita, mas tem uma força militante, mais no plano da retórica, da imagística, que é surpreendentemente forte”, esclarece-nos Nádia Battella Gotlib, especialista na obra de Clarice Lispector, autora de Clarice, fotobiografia. “São vários brasis, dependendo da obra que lemos”, alerta a investigadora. Esse Brasil diverso está na infância de Joana de Perto do coração selvagem (1943); na relação incestuosa de Virginia e Daniel em O lustre (1946); no subúrbio de São Geraldo de A cidade sitiada (1949); em Martim, o homem que foge de um crime em A maçã no escuro (1961); no amor entre Lóri e Ulisses de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969); no monólogo feminino de Água viva (1973); nos diários do Autor e de Ângela do romance póstumo Um sopro de vida (1978); e está em todos os contos e crónicas. “É uma coisa entre o dentro de casa e o fora de casa. E o fora de casa compreende a cidade e o mundo. Aí é que vem a largueza; a partir de certos territórios mais delimitados ela vem aprofundando e transforma aquilo num mundo. Isso é que eu acho bonito, como ela consegue ver o Brasil no mundo”, sintetiza Nádia Gotlib.."
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